terça-feira, 6 de maio de 2008

Frida Kahlo


Nada mais alternativo que sua figura, que misturava um buço significativo com anéis e roupas multicoloridas. Nada mais contraditório que seu desejo de ser independente misturado à sua doentia obsessão por seu marido. Nada mais chocante para a época que suas bebedeiras, xingamentos e namoros com várias amigas. Nada mais bonito que seu amor ao seu país, à sua ideologia política, à arte, à liberdade, paixões que a fizeram passar por períodos de grande privação material.
Quem acha que a descrição acima pertence a uma hippie ou revolucionária dos anos 60 ou 70, está enganado. Essa é Frida Kahlo, cujo centenário comemora-se este ano. Para quem nunca ouviu falar dela, Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón (Coyoacán, 6 de julho de 1907 - Coyocán, 13 de julho de 1954) foi uma grande pintora mexicana.

Filha de um fotógrafo judeu-alemão e de uma mestiça mexicana, a sua vida foi um tumulto desde o princípio: aos seis anos contraiu poliomielite, ficando com uma lesão no pé direito, o que a levou a usar calças compridas e, depois, saias longas e exóticas, que vieram a ser uma de suas marcas registradas.
Aos 18 anos de idade, o ônibus no qual Frida viajava chocou-se com um bonde, e ela, além de ter diversas fraturas, foi perfurada por uma barra de ferro que entrou pela bacia e saiu pela vagina. Por conta disso, passou por 33 cirurgias durante uma vida de apenas 47 anos. Conseqüentemente, sua saúde sempre foi muito frágil. Isso tudo não a impediu de levar uma vida intensa em todos os sentidos. Sua produção é riquíssima e hoje ela é considerada uma das artistas mais representativas do século XX. Em suas obras, as cores afastam as sombras dos seus dramas pessoais e mostram como encarava a vida de frente.
Frida morreu em 1954, dois anos depois de ter uma perna amputada, de uma overdose de medicamentos para as dores terríveis que sentia. A última frase que deixou registrada no seu diário foi: “Espero alegre a saída e espero nunca mais voltar - Frida”. Talvez, Frida não suportasse mais.

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